28 de março de 2017

Escuta Analítica



O significado de ouvir remete ao sentido da audição, é aquilo que o ouvido capta. Já o verbo escutar corresponde ao ato de ouvir com atenção.

Ou seja, Escutar é entender o que está sendo captado pela audição, mas além disso compreender e processar a informação internamente.

Portanto, a diferença entre ouvir e escutar é o que acontece após o indivíduo receber o som. Ele está ouvindo quando há pouca interação, e Escutando quando está prestando atenção ao que é emitido.

O sentido de escutar, em que um tem o poder da fala e o outro dá atenção ao que é dito como forma de alívio da angústia pela palavra.


Diferença entre ouvir e escutar na Psicoterapia

A Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud parte do chamado "espaço da fala", colocando a palavra do paciente como lugar Central do Processo Terapêutico. A partir desta, surge a Escuta Analítica, que entende-se como essencial na Psicanálise para que o profissional consiga reter o discurso do outro, no caso o paciente. Ou seja, que esteja escutando.

A ação de Escutar do Psicoterapeuta passa pelo fato de não prestar demasiada atenção em um determinado ponto, e assim negligenciar outros, apenas ouvindo-os. E sim dedicar um tipo de atenção flutuante ao que o paciente diz, Escutando uniformemente sua fala, de forma a não selecionar apenas partes do discurso.

Portanto, a diferença entre ouvir e Escutar na Psicoterapia está no âmbito da função. Em uma sessão de Psicanálise, o Psicoterapeuta além de ouvir faz a Escuta Analítica do que é falado pelo paciente.

14 de março de 2017

Aos que engolem sapos


Todos nós conhecemos e quem sabe você mesmo seja assim, uma pessoa que teme defender suas opiniões e marcar posições, por temer as consequências destes atos.
Estas pessoas são as famosas que “engolem sapos”. 

Muitos inclusive concordam com o outro mesmo sendo totalmente contrário pelo simples fato de não querer polemizar.

Estas pessoas têm uma orientação de comportamento passiva e que por vezes traz problemas para si mesmo, pois após cada “sapo engolido” lá vem a sensação de frustração, impotência, acarretando inclusive alteração negativa na autoestima.

Estes sentimentos podem provocar doenças por conta da somatização desses. 

Geralmente estas pessoas são alérgicas, tem problemas no intestino ou estômago, asma. 

Quantas vezes após uma reunião ou um debate a pessoa sai com dor de cabeça, dor no estômago, e não percebe que são consequências de não ter tido o posicionamento correto, não ter expressado as suas reais opiniões.

O pior, que esta forma de ser,leva a um acúmulo de raiva, que produz uma agressividade que em algum momento irá ser extravasada. 

Por vezes aquele sujeito passivo no trabalho é extremamente agressivo em casa.

Mas afinal, como deixar de engolir sapos?

Primeiro, conheça-se.
O autoconhecimento parece um lugar comum, mas é necessária sua observação.
E se autoconhecendo você perceberá todas suas possibilidades.
Deixará de sentir culpa, pois você não é culpado, e sim, responsável por tudo que ocorre em sua vida.

E um grande detalhe, contra o desaforo, não cabe outro desaforo, mas sim, a expressão da sua opinião sobre o desaforo da outra pessoa.

Deixe claro que foi ofendido, não foi respeitado, não foi entendido e será neste momento que perceberás o resgate do respeito dos outros por você.

Se já engolistes muito sapo, aceite isto e passe a não engolir mais.
Tudo uma questão de começar... após o primeiro passo dado, verás que não tem retorno e sapos engolidos nunca mais.

Por Fernando Martins

Fraternos Abraços

11 de março de 2017

Reflexão * Responsabilidade


Aquele que não aceita parar é sinal que não aceita olhar-se.


Se você não for capaz de assumir a responsabilidade 
de todos os seus atos, você ainda não é adulto.

Não aceite nunca viver o menor instante sem saber 
porquê você o está vivendo 
e sem ter decidido como você irá vivê-lo.


Refletir sobre a própria vida é tomar posse dela.


Enquanto você não tiver aceitado seus limites de verdade, 
nada poderá construir de sólido.

O autêntico humilde nada teme.


Não deseje viver a vida do outro; ela não está à sua altura.


Não se incomode com a opinião dos outros; saiba ser você mesmo. 


Por Michel Quoist




Fraternos Abraços

Quando a Alma precisa chorar


O coração está congelado ... e as lágrimas são o início de seu derretimento.


Quanto mais você permite as lágrimas, mais o coração vai se derreter.


E porque você nunca realmente chorou em sua vida, o coração se esqueceu de como se derreter.


Mas é só o começo.


Ele está novamente acendendo ... ele está brotando.


Então não se preocupe sobre o porquê você está chorando - às vezes por tristeza, isso é bom, às vezes por alegria, isso é bom.


Às vezes, mesmo se houver um sentimento misto, por um lado, é triste e por outro lado é alegria não se preocupe com isso.


Basta ir derramando suas lágrimas.


As lágrimas são uma das coisas mais belas na existência humana.


Elas desafogam você e elas limpam sua visão ... não apenas a visão física.


Elas limpam a visão física, são basicamente significavas para limpar a poeira do olhos - mas espiritualmente também elas limpam a visão.


A capacidade de ver se torna mais clara, inocente, e o coração começa a se derreter.


As lágrimas são a linguagem do coração.


Assim como os pensamentos são a linguagem da mente, as lágrimas são a linguagem do coração.


As lágrimas são a poesia do coração.


Não importa se você está chorando de tristeza ou de felicidade.


O que importa é que você está gritando que você está totalmente nisso. 


E não as censure!


Não hesite, não se sinta envergonhado e não seja tímido.


Torne-se como uma criança pequena.


Não julgues, e logo elas estarão vindo como uma inundação.


E com a sua vinda seu coração começará a funcionar novamente.


Ele vai começar a esquentar, ele se tornará vivo.


E na sombra, o amor vai crescer.


Mohan Chandra Rajneesh * Osho



Como dizia Freud,

"Há momentos que chorar é o melhor remédio para a Alma"

P.S.: Quando é constante pode ser sinal de depressão, 


nesse caso peça ajuda de um profissional.

Amorosamente,
Fernanda Tomaz

10 de março de 2017

O perigo de silenciar os pensamentos



Quantas coisas você Internaliza todos os dias? Quantos Sentimentos e Pensamentos você guarda para si mesmo, tentando não causar danos ou ofender a quem você deveria Enfrentar? Vá com cuidado, mas fale! Pois no final quem estará sofrendo danos será você. 

Porque isso acontece?

1. Quem cala consente, mas tudo tem um limite

O silêncio é sábio, disso não há dúvidas, e é sempre muito bom que ante algumas palavras ignorantes, ante um comentário fora do lugar ou ante uma expressão um pouco inadequada, optemos sempre por fechar a boca e agir com mais inteligência do que aquele que fala sem pensar.

Bom, porém devemos saber manter um equilíbrio entre guardar silêncio e defender nossas necessidades:

Silenciar nossos sentimentos ou nossos pensamentos deixa que, a pessoa que está na nossa frente, não saiba que está nos machucando, ou que está ultrapassando alguns limites. Ninguém consegue adivinhar o pensamento dos outros, por isso se não dizermos aquilo que nos faz mal ou que nos ofende, as outras pessoas não o saberão.

Existem silêncios sábios e palavras sábias. Saber quando se calar e quando falar é, possivelmente, a melhor habilidade que podemos aprender a desenvolver. Não se trata, de modo algum, de estar sempre caldo ou de dizer aquilo que temos em mente. Os extremos nunca são bons. Mantenha o equilíbrio, mas lembre-se sempre que esconder os sentimentos pode nos machucar. Você permite que outros invadam seu espaço pessoal, que atravessem os limites e que falem por você ou que escolham por você. No final, você será quase uma marionete guiada por fios alheios.

2. As palavras silenciadas convertem-se 
em doenças psicossomáticas

Você não ficará surpreso em saber que a mente e o corpo estão intimamente relacionados e conectados. A conexão é tão grande que os especialistas advertem que quase 40% da população sofre ou sofreu em sua vida com alguma doença psicossomática.

O nervosismo, por exemplo, altera nossas digestões, causa diarreias ou a clássica dor de cabeça. Muitos herpes labiais são desencadeados por processos de estresse elevados, de nervosismo e febre. Logo, ficar calado todos os dias e internalizar o que sentimos e o que pensamos gera em nosso organismo uma alta carga de ansiedade.

Pense em todas aquelas palavras que não deseja dizer aos seus pais ou aos seus amigos para não ferir seus sentimentos. Eles fazem as coisas por você pensando que estão ajudando, quando na verdade não estão contribuindo. Por que você não conta a verdade?

Tudo isso, no final, irá originar doenças psicossomáticas, enxaquecas, pressão alta, cansaço crônico.


3. Dizer em voz alta suas palavras: 
a chave do desabafo emocional

Não tenha medo de escutar sua própria voz, e muito menos que os outros também o façam. É algo tão necessário como respirar, como comer, dormir. A comunicação emocional é ideal para o nosso dia a dia, para estabelecer relações mais saudáveis com os demais e, logicamente, com nós mesmos.

Aqui vão algumas dicas básicas para obter sucesso:

– Pense que tudo tem um limite. Se não dizermos em voz alta tudo aquilo que pensamos e sentimos, não estaremos atuando com dignidade, perderemos nossa autoestima e o controle de nossa vida. Primeiramente, tome consciência de que dizer o que está pensando e precisando é um direito.

– Dizer o que você pensa não é causar danos a ninguém. Significa se defender e, por sua vez, informar aos demais de uma realidade que deveriam conhecer.

–Não fique preocupado com a reação das outras pessoas, não tenha medo. Porém, se você se preocupa muito com o que pode acontecer, pode se preparar ante as possíveis reações. Um exemplo: está cansado do fato de que seus pais apareçam em sua casa todos os finais de semana e que não está tendo relações com seu companheiro. De que maneira você acredita que irão reagir? Se você acredita que eles irão ficar chateados, prepare-se para justificar que não existe razão para magoas. Caso você pense que eles ficarão machucados, prepare também o modo como irá argumentar, para não feri-los.


Pense que as Palavras, dizer em voz alta aquilo que Sentimos e Pensamos é, na verdade, o Melhor modo de Liberação Emocional que existe. Pratique-o com Sabedoria, Cuide de Si Mesmo.

9 de março de 2017

Deixar Ser ou Controlar


A vida é difícil, nos coloca desafios, pressiona, somos criados em sistemas e instituições que nos dão oportunidades de adultar nos desafiando. O cuidado com o outro é um desses dasafios

Dependendo das intensidades das agressões do dia-a-dia podemos sucumbir ao colapso, nos manter sempre na retaguarda, nos protegendo, atacar com afinco e agressividade, passando por cima de tudo e de todos.

A maioria de nós fica paralisada em uma determinada forma de ocupar nossos espaços no mundo. Nos colocamos fechados diante de outras possibilidades de movimento, paralisamo-nos achando que se a fórmula funcionou uma vez, irá funcionar sempre.

Independentemente da maneira de cada um lidar com a vida, uma característica comum a todos nós é tentar proteger (ou seria fazer viver?) aqueles com quem nos importamos.

Apesar de nós mesmos nos paralisarmos e muitas vezes não reconhecermos, conseguimos reconhecer no outro a eterna repetição de um ciclo já sem vida, ressecado e moribundo.

Algumas vezes a concretude desse ciclo se apresenta catastroficamente em depressões, síndromes do pânico, fibromialgias ou simplesmente decisões que levarão a uma vida infeliz.

Nós, seres humanos, preferimos nos acostumar à dor a nos arriscar em algo.

Arriscar-se, por vezes, exige entrar em contato com partes desconhecidas de nós, que podem não nos ser tão agradáveis, com angústias, tristezas e percepções que não tínhamos antes.

O medo de que a dor de arriscar possa ser maior nos mantém no mesmo lugar.

Nunca pensamos que arriscar pode nos trazer novas experiências, perseverança, motivação, mesmo “não dando certo” (sempre pressuponho que não deveríamos pensar em termos de certo e errado quando se trata de vida, mas sim em caminhos que nos mantém vivos ou caminhos que nos paralisam).

E, quando reconhecemos no outro a paralisia, também tememos. Apavorados com o medo da não vida de alguém querido, tentamos interferir.

Cuidamos do outro, não no sentido de acompanhar sua existência, mas no sentido de viver sua existência em seu lugar.

Damos ordens, tomamos decisões, marcamos hora no médico, damos instruções de como terminar relacionamentos abusivos, o que comer, etc…, na tentativa de manter o movimento fluido que em algum momento existiu. Paralisados em nosso próprio susto tentamos desenhar o destino do outro.

Não importa o quanto tentamos, a outra pessoa parece não reagir às nossas expectativas do que seria a melhor saída na situação.

Então, chega o momento em que temos que nos deparar com a mais difícil de todas as realidades: nossa impotência diante da vida, nosso descontrole em relação ao outro.

Chega o momento que devemos decidir entre cuidar do outro tomando seu lugar, ou cuidar do outro o acompanhando em seus caminhos.

Nossa luta implacável em prol do outro nos faz brigar, gritar e nos sentirmos inconformados. Deixamos, por vezes, de acompanhar a pessoa naquilo que ela pode ser.

Não conseguimos conviver com as dualidades que existem em nós: medo e coragem, desistência e persistência, vida e morte, amor e ódio, etc…

Chega o momento que devemos abrir mão de nós mesmos e daquilo que acreditamos para aceitar o outro, mesmo sabendo que seu caminho desenha um destino indesejado.

Alguns sinais nos dizem quando é hora de aproximarmos da pessoa com outro tipo de cuidado:
Quando somos os únicos insistindo em um ponto e precisamos do movimento de outra pessoa para que o caminho que desenhamos seja trilhado.
Quando não conseguimos visualizar um resultado positivo de nossas tentativas de movimento. Parece impossível que sejamos ouvidos por quem queremos ser realmente ouvidos.
Quando começamos a nos sentir mal em relação a nós mesmos por brigas e discussões, nos sentimos impotentes.

Talvez se nos libertarmos de arrependimentos e responsabilidades descabidos, perdoarmos a nós mesmos por expectativas inatingíveis e nos atermos ao que realmente podemos fazer com aquilo que nos é dado, consigamos estar com o outro como ele realmente é, aceitando os caminhos escolhidos por cada um.


Abraços Fraternos

4 de março de 2017

A história da rã na água fervida



Uma metáfora para Introspectar 

sobre o que fazer para dar sentido à vida


1 – Pegue uma panela com água, leve ao fogo, quando a água ferver coloque uma rã dentro. O que vai acontecer? A rã vai se mandar, claro.

2 – Uma panela com água fria, coloque a rã dentro. O que acontece? A rã se acomoda à água fria. Agora, acenda o fogo. Aos poucos a água vai esquentando e a rã em vez de pular fora, vai se acomodando ao calor da água. E dali não sai até morrer fervida!




Razão da metáfora: Há pessoas-rã que estão no momento 2. Acomodadas à zona de conforto-desconforto. Vão permanecendo no emprego, mesmo limitadas em responsabilidades, possibilidades de aprendizagem, promoção e satisfação. Mantêm um casamento, mesmo que pouco se falem, nada se escutem, nem se toquem e não mais compartilhem interesses e inquietudes. Na empresa continuam a trabalhar da mesma maneira, ainda que estejam perdendo clientes, qualidade de vida, desempenho e faturamento.



Introspecção: A água vai esquentando, a situação vai piorando e a pessoa responde aos acontecimentos através do paradigma “Problema-reação”. Ela reage (ou não) apenas para reduzir o nível de medo, estresse ou ansiedade. A pessoa não reflete sobre as conseqüências para o futuro: sua a morte progressiva no processo de fervura. Tem um problema? Vai lá, dá um jeitinho, varre pra debaixo do tapete e pronto, “se engana” que gosta. Atua apenas para resolver o problema daquele momento e voltar à normalidade, vivendo na águinha morna do dia-a-dia. Não observa suas ações com distanciamento, de tão acomodada na “panela da sobrevivência”.



Solução Assertiva: Pular fora do paradigma “Problema-reação” e atuar sob o paradigma do “Resultado-criativo”. Esta é a competência de construir-se como ser humano, construir a vida e saber-se responsável por ela, através de ações guiadas por objetivos claros, confiança, amor e respeito a si mesmo e aos outros. É a visão de dialoga para viver de maneira plena em todos os sentidos: “sentido” de direção e foco; o “sentido” de sentir-se e perceber-se vivo e o “sentido” de significados. Esse novo modo de observar-se a si mesmo, refletir e agir através de diálogos construtivos com os outros torna possível atingir resultados extraordinários e sustentáveis.


PS.: Essa história da Rã foi citada no livro “A quinta disciplina” de Peter Senge e depois Manfred Kets de Vries incluiu em “Life and Death in the Executive Fast Lane“. 

Saudações