7 de novembro de 2017

Freud e a Psicanálise


Com a Psicanálise, evidencia-se o papel fundamental dos processos psíquicos inconscientes na determinação do nosso comportamento e da nossa personalidade. A grande novidade da revolução psicanalítica não é a descoberta do inconsciente, mas a afirmação de que este domina a nossa vida psíquica. O inconsciente é o “lugar psíquico” ou um sistema do nosso aparelho psíquico que contém pensamentos, desejos, sentimentos, impulsos que estão “situados” nas profundezas da nossa mente, aquém da consciência.

As neuroses são manifestações do inconsciente, apresentam-se como sintomas ou manifestações de algo que foi recalcado, impedido de aceder à consciência. O doente ignora aquilo que recalca, não conhece os desejos escondidos do seu inconsciente. Muitas das neuroses derivam, segundo Freud, da repressão dos impulsos sexuais e agressivos.

Para Freud, um ato psíquico (emoções, sentimentos, pensamentos e desejos) inconscientes, devido à sua dinâmica própria, tende a passar à consciência, a manifestar-se. Para passar ao estado consciente, é submetido ao exame da censura. Se esta lhe recusa a passagem, tais representações permanecerão no inconsciente. Significa isso que foram recalcadas. O recalcamento é uma força que, mediante um mecanismo chamado censura, mantém fora da consciência os desejos provenientes do inconsciente.

O inconsciente manifesta-se nos sonhos – é uma realização disfarçada de um desejo recalcado e, pode manifestar-se nos “atos falhados” que podem ser insignificantes mas têm sentido.

Freud estrutura a mente humana, na primeira tópica, em três dimensões: consciente – constituída por conteúdos psíquicos imediatamente acessíveis à consciência; pré-consciente (subconsciente) – constituído por conteúdos psíquicos imediatamente abaixo da superfície da consciência e que podem ser recuperados de forma relativamente fácil; inconsciente – constituído por conteúdos psíquicos que estão muito longe da superfície da consciência, mas que influenciam profundamente o nosso comportamento.


Numa segunda tópica, Freud apresenta uma visão mais completa e descreve de modo mais adequado a interação dinâmica entre as instâncias psíquicas, denominadas de Id, Ego e Superego.

O Id apresenta a máxima viver segundo o princípio do prazer, a sua atividade é regida unicamente por esse princípio. Procura satisfazer imediatamente os seus impulsos e instintos, obter prazer e evitar a dor, desconhecendo as circunstâncias. O Ego regula-se segundo o princípio da realidade, começa a desenvolver-se por volta dos seis meses de idade, adia a satisfação dos impulsos do Id até que o objeto apropriado dessa satisfação surja na realidade. O ego desempenha um papel de mediador e de executivo em relação ao Id, decide que instintos e pulsões podem, na realidade, ser satisfeitos e de que modo. O Superego é o representante da moralidade, diz-nos não o que podemos ou não fazer, mas o que devemos ou não devemos fazer. Forma-se ou começa a desenvolver-se por volta dos três aos cinco anos. O superego sobrepõe a moralidade à realidade.

Freud apresenta o desenvolvimento psicossexual repartido em cinco estádios: estádio oral, anal, fálico, latência e genital.


Abraços Fraternais

Nenhum comentário:

Postar um comentário